quinta-feira, 14 de abril de 2011

Desenvolvimento da Tomada de Decisão nos Jogos Desportivos Coletivo: O Futsal
 

O estudo dos esportes em seu amplo domínio mostra a multiplicidade de formas de jogar com regras próprias, conceitos inerentes a cada uma delas e características que as assemelham e as distinguem em grupos diversos.
Os Jogos Desportivos Coletivos (JDC) caracterizam-se segundo Teodorescu (2003) citado por Hermes Ferreira Balbino por:

·         Existência de um objeto de jogo (bola, bola oval, disco do hóquei sobre o gelo);
·         Disputa complexa, individual e coletiva, correlacionadas;
·         Regras de jogo unitárias e obrigatórias;
·         Presença obrigatória de arbitragem;
·         Limitação da duração de jogo, em tempo ou em objetivos definidos, como pontos ou sets;
·         Existência de técnicas e táticas específicas;
·         Caráter organizado de competições;
·         Organização da atividade nacional e internacional.
·         Existência de teorias e práticas gerais e específicas, no que dizem respeito à técnica, tática, treinamento e suas metodologias;
·         Existência do espetáculo desportivos.

Assim, como o autor supracitado concebe os JDC há clareza sobre a relação direta e interligada entre aspectos técnicos de cada modalidade (o como fazer) e as esferas táticas de cada momento acontecimental em espaço de tempo curto como o futsal ( o que fazer, de forma consciente). O futsal, segundo professores da Universidade do Porto, Julio garganta e Rui Amaral “parece afastar-se cada vez mais da modalidade que lhe deu origem – o Futebol – conquistando espaço próprio do universo dos jogos desportivos coletivos (JDC).”
A caracterização dos JDC como atividade de complexa de atuação por parte dos atletas e suas equipes in momentum do jogo, onde há a necessidade de resolver os problemas do mesmo acarreta em solicitação de capacidade do indivíduo em recepcionar de forma excelente às informações advindas do ambiente de jogo (leitura de jogo), elaborar planos mentais de solução e executar de forma eficiente, mesmo sabendo que as informações são aleatórias, imprevisíveis e mutantes. Garganta, segundo Scaglia,  cita que

Por essa razão, as situações que surgem no contexto dos JD devem ser entendidas como encadeamentos de unidades de ação que possuem uma natureza complexa, decorrente não apenas do número de variáveis em jogo, mas também da imprevisibilidade e aleatoriedade das situações que se apresentam aos jogadores.

As equipes de futsal assim como de outros desportos coletivos (voleibol, futebol americano, handebol, basquetebol e outros) apresentam Modelos de Jogo (MJ) definidos por seus treinadores de acordo com princípios norteadores do mesmo e sub-princípios os quais fundamentam e dão alicerce coletivo aos atletas. Portanto vê-se uma estrutura de jogo previsível. No entanto, o “caos consciente”, inerente as ações individuais dos atletas, concede ao jogo uma esfera de imprevisibilidade ao mesmo, o qual o atleta deverá atuar de forma inteligente a esta variabilidade de ações existentes para poder ter sucesso ou vantagem nas mesmas. Neste momento as capacidades cognitivas dos atletas, desenvolvidas em treinamento, serão requisitadas tais como modelo de Tomada de Decisão de  Greco adaptado.


Fig: Modelo de Tomada de Decisão Tática em esportes coletivos adaptado de Greco
Fonte: GRECO, 1999, p.126, apud SANTANA, 2008, p

Referências:

BALBINO, Hermes Ferreira. Pedagogia do Treinamento: métodos, procedimentos pedagógicos e as múltiplas competeências do técnico nos jogos desportivos coletivos. Campinas: 2005.

GARAGANTA, Julio; AMARAL, Rui. A modelação do jogo em Futsal. Análise seqüencial do 1 x 1 no processo ofensivo. Universidade do Porto. Faculdade de Desporto. Porto.

SANTANA, Wilton Carlos de. A visão estratégico-tática de técnicos campeões da Liga Nacional de Futsal. Campinas: 2008, p. 132.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A necessidade da Avaliação Multifatorial da Performance do Atleta de Futsal de Alto Rendimento:
A complexidade do Esporte

O planejamento das épocas desportivas de uma equipe,seja esta período preparatório ou competitivo, estruturada no inicia de cada temporada tem no cerne do seu escopo tornar o “indivíduo atleta” capaz de resolver os problemas da modalidade esportiva in momentum do jogo solicitando neste todas as seus domínios desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Nos inúmeros momentos em que os participantes de um enfrentamento esportivo tornam-se protagonistas de um lance, seja este com a posse do móvel do jogo ou não, este apresenta, na sua escolha exteriorizada da ação motora final (técnica) um conjunto interdependente de domínios esportivos. Estes domínios podem ser classificados em 4 grande domínios:

·        Domínio Físico: V02 máx, Limiar Anaeróbio, flexibilidade, potência, força, velocidade, resistência, outras.

·        Domínio Técnico: Ações técnicas da modalidade

·        Domínio Tático: Ações estruturadas de acordo com o Modelo de Jogo Adotado (MJA) da equipe em todas as suas esferas:

·        Domínio Psicológico: fatores intervenientes da performance esportiva tais como: ansiedade, stress, motivação, autoconfiança, determinação, concentração, atitude, outras.

·        Domínio Cognitivo (Inteligência de Jogo): Conhecimento Declarativo, Conhecimento Procedimental, Tomada de Decisão, Antecipação, Memória, Percepção, Elaboração de Plano Mental.

A análise de uma partida ou de um fractal da mesma, assim como seu desfecho é, geralmente, avaliado apenas de acordo com seu sucesso (vitória) ou insucesso (derrota). Sabe-se no entanto que por algumas vezes a primeira pode esconder a escolha errônea de manifestação voluntária de domínios solicitados sendo ainda geradoras de sucesso. 

                          
 Fig: A complexidade do Atleta em Jogo

O entendimento do atleta como um indivíduo de execução motora complexa evidenciada na sua exteriorização final nos remete portanto a necessidade de uma apreciação de valor multifatorial da capacidade integrada e holística do mesmo para podermos intervir de forma a desenvolver tais domínios inter-relacionados em treinamentos.